Tópicos sobre Atual Acordo Ortográfico

SÍNTESE SOBRE ACORDO ORTOGRÁFICO EM NOVE TÓPICOS:
Acento agudo (´)
O acento agudo desaparece das palavras da língua portuguesa em três casos, como se pode ver a seguir:
1. Nos ditongos (encontro de duas vogais proferidas em uma só sílaba) abertos ei e oi das palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima).
Antes: heróico; idéia; jibóia. Agora: heroico; Ideia; Jiboia.
NO ENTANTO, nas palavras oxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a última) e nos monossílabos tônicos os ditongos abertos éi, éu e ói continuam recebendo acento (no singular e/ ou no plural). Exemplos: anéis, herói(s), ilhéus(s), dói, céu.
2. Nas palavras paroxítonas com i e u tônicos que formam hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes) cuja vogal anterior faz parte de um ditongo.
Antes: boiúna (sucuri); feiúra. Agora: boiuna; feiura.
NO ENTANTO, no caso das palavras oxítonas, nas mesmas condições descritas no item anterior, o acento permanece. Exemplo: Piauí.
Obs.: É oportuno lembrar de que as paroxítonas que apresentarem as letras i e u formando hiato sem antecedência de ditongo e estiverem sozinhas na sílaba ou seguidas de s continuam a ser acentuadas. Exemplos: baú/ baús, saída.
3. Nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com o u tônico precedido das letras g ou q e seguido de e ou i. Ocorrência limitada à conjugação de verbos como apaziguar, averiguar deixa de existir.
Antes: argúem; apazigúem. Agora: arguem; apaziguem.
Acento Circunflexo (^)
4. Com o acordo ortográfico, o acento circunflexo não é mais usado nas palavras terminadas em oo.
Antes: enjôo; vôo; perdôo Agora: enjoo; voo; perdoo.
5. Da mesma forma, deixa de ser usado o circunflexo na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados.
Antes: crêem; dêem; vêem; descrêem; relêem; revêem Agora: creem; deem; veem; descreem; releem; reveem
Hífen ( - )
O hífen deixa de ser empregado nas seguintes situações:
6. Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes s ou r. Nesse caso, a consoante obrigatoriamente passa a ser duplicada.
Antes: anti-religioso; anti-social; auto-suficiente. Agora: antirreligioso; antissocial; autossuficiente.
NO ENTANTO, o hífen permanece quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do segundo elemento também é r.
Exemplos: hiper-requintado, super-resistente.
7. Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente.
Antes: co-autor; semi-árido; Agora: coautor;semiárido
NO ENTANTO, se o segundo elemento começa com a mesma vogal final do prefixo, usa-se hífen.
Exemplos: micro-ondas, micro-ônibus, anti-inflamatório.
Acento diferencial (´^)
O acento diferencial é utilizado para permitir a identificação mais fácil de palavras com a mesma grafia. Até dezembro de 2008, usávamos o acento diferencial – agudo ou circunflexo – em vocábulos como pára (forma verbal) a fim de não confundir com para (a preposição), entre vários outros exemplos.
8. Com a entrada em vigor do acordo, o acento diferencial não será mais usado nesse caso e também nos que estão a seguir:
a) péla (do verbo pelar) e pela (a união da preposição com o artigo)/ambos= pela;
b) pólo (o substantivo) e polo (a união antiga e popular de por e lo) /ficará polo (substantivo);
c) pélo (do verbo pelar) e pêlo (o substantivo) /ambos= pelo;
d) pêra (o substantivo) e péra (o substantivo arcaico que significa pedra), em oposição a pera (a preposição arcaica que significa para)/ficará pera (substantivo).
NO ENTANTO, continuam recebendo o acento diferencial:
a) pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição por;
b) têm e vêm mantém o circunflexo para sinalizar o plural dos verbos, assim como os derivados retêm e intervêm;
c) pôde (verbo no passado) também mantém o circunflexo para que não haja confusão com pode (verbo conjugado no presente).
Observação: em fôrma/forma, o acento é facultativo. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
Trema (ü)
9. Um sinal a menos: O trema, sinal gráfico de dois pontos usados em cima do u para indicar que essa letra, nos grupos que, qui, gue e gui, é pronunciada, será abolido. É simples assim: ele deixa de existir na língua portuguesa. Vale lembrar, porém, que a pronúncia continua a mesma.
Antes: agüentar; sagüi; eloqüente; Agora: aguentar; sagui; eloquente;
NO ENTANTO, o acordo prevê que o trema seja mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como seus derivados. Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano.
VEJAMOS, EM SETE TÓPICOS, COMO FICAM TODAS AS REGRAS DE ACENTUAÇÃO APÓS ACORDO ORTOGRÁFICO:
1. PROPAROXÍTONAS: Todas são acentuadas: lâmpada, óculos, médico, paralelepípedo, único, última, século, matemática.
2. MONOSSÍLABAS TÔNICAS terminados em: A(S)- pá (s); E(S)- pé (s); O(S)-pó (s).
3. OXÍTONAS terminadas em: A(S)- sofá (s); E(S)- café (s); O(S)- vovó (s); EM (ENS)- além/parabéns.
4. PAROXÍTONAS terminadas em: R- açúcar; L- visível; X- tórax ; N- hífen ; Ã(S)- órfã (s); I(S)- júri (s)/ lápis; US- vírus; UM (UNS)-álbum/ álbuns; DITONGO (S) órgão (s)/ história (s); PS- bíceps/ fórceps/ tríceps/ Quéops.
Obs.: Não acentuamos as paroxítonas terminadas em A(S); E(S); O(S); EM (ENS) e as monossílabas ou oxítonas nas terminações R/ L/ X/ N/ Â(S)/ I(S)/ U(S)/ UM (UNS)/ DITONGO (S), a não ser palavras que contemplem as regras especiais abaixo.
5. DITONGOS ABERTOS: as ocorrências dos ditongos ÉI(S)- réis/ anéis; ÉU(S)- céu/ chapéu e ÓI(S)- dói/ herói (s) continuam sendo acentuadas nas monossílabas tônicas e oxítonas. No entanto desaparece o acento nas paroxítonas: assembleia, ideia.
6. HIATOS: I (S)- saída, faísca ou U (S)- viúva, baú, como segunda ocorrência do hiato, serão acentuados se não vierem seguidas de “NH” - rainha. No entanto desaparece o acento na ocorrência paroxítona antecedida por ditongo- feiura (vejamos: fei-u-ra)
7. ACENTO DIFERENCIAL: continua em vigor nas palavras: pôr (v. no infinitivo); têm e vêm (v. no plural); pôde/ pode (v. poder no pretérito perfeito).